quinta-feira, 8 de setembro de 2011

pausa

O fotografário está fechado para obras.

[voltarei brevemente, quando fizer as pazes com isto de publicar fotografias e palavras. acho que não falta muito]

domingo, 24 de julho de 2011

futuro do pretérito

"Gostava que neste momento, neste preciso momento, tivesses o teu braço esquerdo à volta dos meus ombros.
E eu pousaria a minha cabeça no teu peito. Estaríamos confortáveis, como sempre.

Gostava que daqui a bocado, quando estiver em frente ao espelho da casa-de-banho, com a boca cheia de pasta dentífrica, te pudesse dizer "já vou, estou só a lavar os dentes!"
E entraria no nosso quarto, de cuecas e camisola velha. Tu sorririas, levantando os lençóis para eu me poder enfiar debaixo deles.

Gostava de que mais logo, antes de adormecer, estivéssemos enroscados num abraço, de pernas entrelaçadas e satisfeitos.
E adormeceríamos cansados. Depois de muito rir.

Gostava que amanhã de manhã, quando o despertador tocar, estivesses ao meu lado e te ouvisse dizer: "bom dia", de voz ensonada.
E sairíamos da cama, esfomeados. Comeríamos cereais cheios de chocolate para o pequeno-almoço.

Gostava que um dia, daqui a muito tempo, numa data qualquer, estivéssemos sentados num sítio qualquer, a falar sobre uma coisa qualquer, e não houvesse outro sítio no mundo onde quisesse estar.
E voltaríamos para casa, sem assunto, e eu faria o jantar, enquanto tomavas um banho rápido. Eu iria depois, porque não me importo de fazê-lo depois de comer.

Viveríamos um dia de cada vez, sem pressa de chegar. Porque o caminho seria longo e difícil, mas seríamos dois. Cada um no seu mundo e a dividir uma parte. Seríamos um Diagrama de Venn. Como toda gente.

E nos intervalos da vida que levaríamos, tudo seria a nossa rotina.
 

É assim que minha mente deambula, por entre factos futuros em relação a outros no passado."

domingo, 10 de julho de 2011

de tudo e de nada

Na verdade, gostava de conseguir dizer tudo o que vai no prato de esparguete à bolonhesa que é a minha mente. É difícil perceber onde é que começa e acaba um fio de raciocínio.
Aborreço-me com a minha falta de tudo. Porque me sinto a ficar para trás. Continuo sem perceber para onde vou, embora esteja em movimento. Pego na câmara e não sei o que fazer com ela, fotografo e envergonho-me do que faço. A criatividade foi para qualquer lado, e eu sei lá onde ir buscá-la.
É frustrante achar que tudo vai levar a nada, gostava de conseguir desenhar o vazio.