sábado, 21 de março de 2009

a-ham..

É assim gente, quem me conhece sabe que detesto polémicas e conflitos, detesto tanto que até posso afirmar que tenho medo deles. Evito todas as situações propícias a eles, debates na televisão, desacordos entre amigos e às vezes até dizer o que penso. Acreditem que ter medo destas coisas faz-me perder muitas oportunidades, faz-me morder os dedos de raiva quando estou sozinha e penso no que devia ter dito.

Ontem disse o que pensava e o que sentia acerca de uma coisa que não tem importância para mais ninguém a não ser para mim. E custou muito expor-me assim, expor-me à possível polémica, ao quase certo conflito. Estava a estranhar toda a gente dar-me razão. Ora a estranheza acabou, como sempre as ideias de alguém não são óbvias para toda a gente e felizmente há sempre o outro lado da questão. Eu normalmente sou capaz de prever esse outro lado, e por isso talvez consiga fugir à polémica. Desta vez não estava à espera de desiludir alguém que não conheço (uau!), e ser acusada de elitismo.

O senhor Fernando Pessoa até podia levantar-se da campa juntamente com todos os seu heterónimos, agarrar num computador, criar um blogue, escrever um soneto, ir ao google pesquisar uma imagem engraçadinha ao para juntar à criação, descobrir uma foto minha e publicá-la sem dizer de quem era. Podia fazer isso, mas eu ia lá dizer-lhe qualquer coisa na mesma, se calhar dizia-lhe "o senhor Pessoa também não ficava satisfeito se eu publicasse obra sua no meu blogue e não dissesse de quem era. As pessoas podiam ficar a pensar que a obra era minha, o que era um bocado chato para si, que perdeu tempo a escrevê-la".

Já autorizei o uso de fotos minhas para coisas mais que banais, assim como já descobri trabalho meu publicado noutros blogues que nem leio, sem me terem pedido autorização, mas dando-me os devidos créditos. Não tenho qualquer problema, não me importo, até fico contente. Quando digo que me assusta imaginar ter fotos por aí "a reforçar ideias com as quais não concordo ou a ilustrar pensamentos que não são parecidos com os meus", vai tudo dar à questão de não poder controlar quem usa e como usa uma coisa feita por mim.

Eu sinto-me feliz, aliás, sinto-me feliz muitas vezes. Nem preciso de muito. Tenho é o problema de ser ingénua e acreditar que toda a gente respeita os outros como eu gosto de respeitar. Mas espero nunca perder essa ingenuidade totalmente, porque faz-me sentir bem na maior parte do tempo. Tenho é que aprender a respirar fundo e dizer: nada do que possam dizer ou fazer me vai aborrecer hoje. Por isso desabafem à vontade, usem as fotos que vos apetecer, eu posso não gostar, mas já não me vou irritar com isso.

FIM

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